quarta-feira, 20 de março de 2013

Diferença entre Comercial e Conceitual

Algumas pessoas quando assistem a desfiles de moda não entendem como um estilista pôde criar algo tão “ridículo”… Será que alguém vai sair pelas ruas usando “aquilo” ? Calma, não é bem assim que funciona.

Os desfiles geralmente são conceituais. As tendências apresentadas nas passarelas – cabelos, maquiagens, calçados, acessórios e roupas - não devem ser seguidas a risca. Se você for às lojas, certamente encontrará peças comerciais que são feitas para serem usadas.

Mas… se você vir algo muito interessante e tiver coragem pra encarar, qual o problema, não é? Vai que “aquilo” combinou com o seu style. Nesse caso, só me cabe desejar boa sorte!

Os desfiles Conceituais tem sua origem na Arte Conceitual que considera a ideia, isto é, o conceito por trás de uma obra artística, como sendo superior ao próprio resultado final. A aceitação desse conceito é tão importante que o resultado final dessa obra, algumas vezes, poderá até ser dispensado.

Na década de 60, essa forma de expressão espalhou-se pelo mundo inteiro e resultou em vários movimentos artísticos e muito tem influenciado a arte contemporânea. Entretanto, desde Marcel Duchamp (pintor francês , 1887 – 1968), no início do século passado, podem ser percebidos os primeiros indícios da sobrevalorização do conceito.

A escola de arquitetura alemã Bauhaus (1919) combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação á fim de ressaltar a personalidade do homem. Foi sem dúvida uma grande responsável pelo desenvolvimento dessa forma de arte.

Já a moda Conceitual é aquela que consiste na construção de imagens e a roupa fica em “segundo plano”. A valorização da coleção bem como do desfile dá uma projeção não só ao designer, mas às modelos, maquiadores, cabeleireiros, fotógrafos, diretores de arte, enfim, a toda equipe envolvida na apresentação da marca. Quando há um retorno por parte da mídia, as marcas alcançam o reconhecimento de vários intelectuais de outras áreas e atingem a designação pretendida - obra de arte.

Na moda que também é considerada arte, o estilista que traz em sua coleção um conceito, nem sempre faz uma roupa ou desfile conceitual. O conceito pode ser demonstrado de uma forma mais comercial, através de temas, onde o designer evidencia a roupa e não a idéia. Ainda assim, ele pode expor a idéia em um catálogo ou outdoor conceituando dessa forma a sua coleção e causando curiosidade nas pessoas.

O estilista inglês Alexander McQueen é mestre em desfiles conceituais e disse no início de sua carreira:
“Meus desfiles eram provocantes por uma razão: a necessidade de se fazer notar. Eu não preciso mais fazer isso, mas ainda acredito que tenho os meus 20 minutos para chamar a atenção das pessoas. Você pode não gostar do que faço, mas ao menos o que faço leva você a pensar.”

Pensar: um dos propósitos de uma obra de arte é fazer o expectador pensar!

Nos desfiles, geralmente são colocados folders nos assentos que explicam os temas abordados pelos estilistas. O que possibilita um maior entendimento do que o artista-estilista quer expressar na passarela.

Alguns estilistas brasileiros realizam desfiles conceituais. O desfile de Jum Nakao, em junho de 2004 entrou para história da moda brasileira. Em um dos mais emocionantes desfiles conceituais de nossa história, roupas extremamente trabalhadas e feitas em papel vegetal foram destruídas em plena passarela, ao final do desfile. O estilista questiona os valores da sociedade capitalista demonstrando o caráter absolutamente descartável da roupa.

http://www.fashionbubbles.com/

Fonte: Site Portais da Moda

Confiram abaixo o desfile:




Enfim, quando publicamos fotos com toda uma temática, que às vezes parecem sem nexo, é simplesmente para contextualizar o conceito de moda que estamos apresentando, e/ou também transmitirmos uma mensagem.

Bjokas da equipe Monelles


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